Olá meninas e meninos, senhoras e senhores, como vão vocês? Primeiramente o nosso comprimento “Fora Temer”. Confesso que escrevo isso bastante nervoso, pois é difícil assumir a responsabilidade de falar sobre essas pessoas tão diferentes entre si, contudo é gratificante poder dividir esse momento com vocês e isso me deixa bastante emocionada. Disse a jornalista publicitária.
Pois bem! Quando eu comecei a pensar sobre o que dizer pra vocês meus caros amigos, eu voltei no segundo semestre de 2013, quando ainda éramos ingênuos calouros, e pude perceber o quanto essa turma tão heterogênea confrontou todas as diferenças e aceitou, com respeito, as peculiaridades alheias de cada um. Olha só, convivemos durante quatro anos dividindo o mesmo ambiente, e, apesar de querer tacar uma cadeira um nos outros a cada discussão e votação em sala de aula, o nosso convívio nos mostrou o quanto ir para o inferno bonitinho pode ser legal quando fazemos isso juntos.
Infelizmente, hoje entramos em campo sem um incrível jogador. Nosso time de jornalista tem uma estrela brilhando em um universo paralelo. Contudo, o olhar doce e sensível do Mateus ainda está guardado nas nossas lembranças e tenho certeza que neste momento ele também está vibrando a nossa vitória. Sua ausência aqui foi e ainda é uma dor imensurável, mas ela nos fez perceber sentido nas pequenas coisas que cultivamos e descobrir que a empatia é uma qualidade necessária para a nossa formação, tanto como seres humanos, quanto como profissionais.
Percorremos uma longa jornada até o dia de hoje. Tropeçamos, caímos, nos machucamos, mas também fomos levantados, cuidados e protegidos. Foram intensas, alegres, às vezes confusas e exaustivas horas aulas, porém aqui estamos iniciando a colheita dos primeiros frutos que nossos mestres nos conduziram a plantar. E vocês, nossos convidados, familiares e amigos, com toda certeza tiveram grande importância para que este momento se concretiza-se. Tenham certeza, compartilhamos essa vitória com vocês!
Durante essa trajetória ouvimos que a palavra simplório pode ser uma crítica muito pesada a redação e escrita de um jornalista; Que quando escrevermos artigos científicos e afins, poderemos indicá-los nos referindo na terceira pessoa; “Aliás, Maria Dulce tem um artigo…”; Descobrimos que pochete esteve na moda, inclusive ainda recomendo o uso, e que apagar a luz pode acalmar uma turma de estudantes debatendo enfurecidamente sobre certas metodologias, de certos professores; Enfrentamos aulas aos sábados com uma direita intragável e, neste mesmo semestre, fomos agraciados com uma esquerda do amor, amém seja as aulas de política; Ah! E nunca se esqueçam, “o cliente chegou” aperte a tecla W e tá tudo lindo. Também tivemos a honra de absorver uma pluralidade cultural de um cara que além de um brilhante professor é um rapper de mão de cheia. Parafraseando um ilustre docente, espero que quando sairmos daqui, todos estejam cientes de que já não existe mais abertura para fazermos besteiras no mercado, ainda mais com a possibilidade de ganhar dez salários mínimos, imagina um emprego desses, bicho!
Meus caros e lindos jornalistas. Vocês não sabem o quão orgulhoso estou de nós. Ao nos rever aqui sei que o sonho que compartilhamos se torna realidade. Cada um com sua individualidade fizeram destes meus últimos quatros anos uma experiência inenarrável. Foram tantos risos e memes partilhados que acho que lá da Coreia sentiram o impacto. Calma Cecília! Depois você nos conta. Suportamos cada grosseria de alguns arrobas que, nossa, o nome falsiane nunca encaixou tão bem em um grupo de universitárias belas, recatadas e do lar, nós mesmos Andreias Mellos. Construímos um laço amarrado de carinho, amizade, amor e compreensão, muita compreensão! Pode entrar minhas Neys. Aprendemos até a conviver com héteros fanáticos por futebol. Socorro! Eu posso até chutar que têm formandos com camisa de time debaixo da beca.
Hoje saímos daqui com o dever de exercer com verdade e ética a nossa profissão e assumirmos, com responsabilidade, nossa obrigação para com a sociedade. Lembrem-se, quando nos oferecem um lugar em um foguete, mesmo sem saber qual acento, que possamos decolar, usufruindo cada vez mais da essência do nosso trabalho. Que escolhemos sempre pelo amor, pelo bem e pelo respeito, sendo intolerantes com o ódio e a opressão pregados por alguns membros da nossa sociedade. Afinal, temos em mãos ferramentas de transformação social que nos torna presente para fazermos o futuro e escolher nosso destino. O jornalismo com certeza não torna ninguém rico, mas aqui, como apenas uma unidade, somos um conjunto de revolucionários que relutam contra a acomodação e caminham loucamente para o sucesso.
Eu sei que tudo isso serão apenas histórias algum dia. Mas agora, exatamente agora, esses momentos não são histórias. Está acontecendo. Nós podemos ver. E nesse momento nós somos o infinito.
Obrigado a vocês, meus colegas e minha secretária que me ajudou a escrever este discurso.
Amo vocês, jornalistas!